segunda-feira, 23 de maio de 2016

"Os Maias" - Carta de Pedro a Afonso da Maia


Os Maias, Carta de Despedida de Pedro da Maia, em foram de poema

Pai, escrevo-te este poema,
para que possas perceber
Que, por causa de um esquema,
comecei a sofrer.
Piorou a situação
A carta que encontrei.
A Maria tinha fugido, então,
Com o Napolitano que ajudei.
Estava feliz com Maria,
tivemos dois filhos juntos.
Nunca pensei que de mim fugia,
devido a "certos" assuntos.
Deixou, no entanto,
Carlos Eduardo.
Espero que, entretanto,
Para ti não se torne um fardo.
Certo dia fui caçar
e levei a minha arma comigo.
Quando fui a disparar,
Feri um amigo.
Digo isto,
porque contigo o vou deixar.
Com este imprevisto,
Eu não consigo lidar.
Chamava-se Tancredo,
E era Italiano.
Não tinha nenhum medo,
Já o conhecia há um ano.
A educação a que fui sujeito,
Para isto não me preparou.
Não consigo aguentar esta dor no peito,
É assim que eu estou.
Em minha casa o recebi,
Da ferida dele tratei.
Nunca percebi
Onde é que eu errei.
Não fiques triste agora,
Tens Carlos contigo.
Prepara-o para o que há la fora,
E protege-o do perigo.
Quando ficou curado,
Para fora ia,
Não estava acabado,
Deixou flores e um poema a Maria.
Com esta última estrofe,
Me despeço de ti.
Espero que Carlos nunca sofra
Aquilo que eu sofri.
Um dia, quando eu regressava,
O silêncio pairava no ar.
Não encontrava Maria,
Comecei-me a preocupar.
 
João Almeida, 11º C1
 

 

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