segunda-feira, 30 de maio de 2016

O Infortúnio abateu-se sobre a Casa do Ramalhete

Morte Súbita de Afonso da Maia


Ontem a tragédia abateu-se sobre a família Maias.
Perto do meio-dia, Baptista entrou, de rompante, no quarto de Carlos da Maia, a gritar que o avô estava deitado no jardim, sem se mexer.
Afonso da Maia foi encontrado morto, num recanto do quintal, sob os ramos do cedro, sentado no banco de cortiça, tombado sobre a tosca mesa, com a face caída entre os braços. O chapéu desabado rolara para o chão; nas costas, com a gola erguida, conservava o seu velho capote azul.
Valeu a Carlos da Maia o facto de poder contar com o apoio de Ega, o seu inseparável amigo, pois, com a morte do avô, Carlos sentir-se-ia muito sozinho, por não contar mais com os braços de Afonso para o proteger. Esta família tem sido muito afetada por mortes, aliás, Carlos parece que nasceu sob o signo da morte, tendo ficado órfão de pai logo em criança (Pedro da Maia não suportou o abandono da mulher e suicidou-se) e sendo atingido, agora, com a do seu avô, Afonso da Maia.
Será que o Ramalhete estará mesmo atingido pelo peso de uma lenda? Como será a vida de Carlos, de ora em diante?
Continuará a viver no Ramalhete? Irá exercer a sério a sua profissão de médico? Esperamos que não desista de pôr em prática os seus conhecimentos, contribuindo para melhorar a saúde do nosso povo.
Ao nosso doutor, os nossos sentidos pêsames.


Zaida Condessa, 11º E1







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