Morte Súbita de Afonso da Maia
Ontem
a tragédia abateu-se sobre a família Maias.
Perto
do meio-dia, Baptista entrou, de rompante, no quarto de Carlos da Maia, a gritar
que o avô estava deitado no jardim, sem se mexer.
Afonso da Maia foi
encontrado morto, num recanto do quintal, sob os ramos do cedro, sentado no
banco de cortiça, tombado sobre a tosca mesa, com a face caída entre os braços.
O chapéu desabado rolara para o chão; nas costas, com a gola erguida,
conservava o seu velho capote azul.
Valeu
a Carlos da Maia o facto de poder contar com o apoio de Ega, o seu inseparável amigo,
pois, com a morte do avô, Carlos sentir-se-ia muito sozinho, por não contar mais com os braços de
Afonso para o proteger. Esta família tem sido muito afetada por mortes, aliás, Carlos parece que nasceu sob o signo da morte, tendo ficado órfão de pai logo em criança (Pedro da Maia não suportou o abandono da mulher e suicidou-se) e sendo atingido, agora, com a do seu avô, Afonso da Maia.
Será que o Ramalhete estará
mesmo atingido pelo peso de uma lenda? Como será a vida de Carlos, de ora em
diante?
Continuará a viver no
Ramalhete? Irá exercer a sério a sua profissão de médico? Esperamos que não
desista de pôr em prática os seus conhecimentos, contribuindo para melhorar a saúde
do nosso povo.
Ao nosso doutor, os
nossos sentidos pêsames.
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