D. Maria Bárbara, de dezassete anos, casou-se com
Fernando VI de Espanha, de quinze anos. O casamento ocorreu em Espanha e, para
tal, D. Maria partiu com algum tempo de antecedência, pois o caminho era longo.
Partiu com a comitiva real, incluindo um antigo soldado, que agora acompanhava
a rainha e a princesa.
Seguiram para Vendas Novas,
no entanto este percurso tornar-se-ia complicado, devido ao mau tempo que se
fazia sentir. A caravana estava separada em duas partes, pelo que a comitiva de
D. Maria, quando chegou a Vendas Novas, tinha muitas baixas. Deste modo, a
Rainha decidiu interromper a viagem e alojarem-se num palácio, até que a
tempestade abrandasse.
Foram necessários muitos
homens para arranjar os caminhos, de modo a que a comitiva pudesse passar,
sendo que João Elvas foi um dos escolhidos. Na manhã seguinte, já não chovia e
a comitiva seguiu viagem.
Em Évora, todos esperavam o
Rei, que, naquele momento, se encontrava em Vila Viçosa e sabe-se que, pela
tarde, terá distribuído moedas pelos pobres que lá se encontravam.
Do outro lado da fronteira,
em Badajoz, já se fazia festa, os populares dos dois países rejubilavam de
felicidade por saberem que iria ocorrer uma cerimónia.
Durante a cerimónia,
enumeram-se as diferenças entre os portugueses e os espanhóis. Do lado
português, existiam “ tapeçarias e cortinados de damasco carmesim com sanefas
de brocado de ouro”; do lado espanhol os adornos consistiam em tiras de “
brocado verde e branco”, ao centro da sala existia uma “grande mesa com
cadeiras forradas de tissu de ouro e
prata”. No final da cerimónia, Scarlatti tocou no seu cravo. O povo estava do
lado de fora, imaginando, à distância, o requintes destas cerimónias.
Restava-lhe contentar-se com
o o deleite da visão do cortejo, realizado com uma pompa e riqueza de um apuro nunca
antes apreciado.
Raquel Rodrigues
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