Minha querida mãe
Peço-te desculpa pela minha falta de notícias, mas ultimamente não tenho tido tempo de te escrever
diariamente, faltando, assim, ao que te tenho prometido. O que se passa é que nós, os
habitantes da bela vila de Mafra, temos estado muito ocupados com a construção
do novo convento.
Esta nova edificação foi ordenada pelo nosso rei, Dom João V, para
homenagear o nascimento da sua primogénita, a princesa Dona Maria Bárbara.
Segundo o que me contou a vizinha, o levantamento desta obra deve-se a uma
promessa que, supostamente, o rei fez a um tal frade da ordem franciscana de que, se
a rainha engravidasse no decurso de dois anos, mandaria levantar em Mafra um convento de franciscanos.
A nossa população tem sofrido uma enorme quantidade de abusos e de
violações, na medida em que todos os homens têm sido obrigados a trabalhar
excessivamente, só para cumprir com a magnitude de caprichos do nosso soberano.
Também devo contar-te que temos estado à beira da miséria, uma vez que o meu
marido, naquele trabalho pesado e imposto, não ganha o suficiente para manter a
nossa família, por isso já amanhã começo a trabalhar no castelo como
cozinheira.
Espero em Deus que a igreja deste
convento seja suficientemente grande para nós todos, os cidadãos de Mafra,
podermos assistir à missa dos domingos, já que, presentemente, muitos não conseguem testemunhar
as poderosas e impressionantes palavras do nosso Padre.
Considero ter dito
absolutamente tudo o que está a acontecer por cá. Espero a tua resposta.
Tua querida filha,
Lorena Sanchez, 12º C1
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