Carta de despedida de
Carlos a Maria Eduarda
Minha
querida
Tenho algo de definitivamente trágico para te dizer.
Eu e o meu amigo Ega abrimos a caixa da tua mãe e, no seu interior, encontrámos
uma carta dirigida a ti. Essa carta revela que Maria Monforte não só é tua mãe
como também minha… Não sei por onde começar, de modo a que possa descrever-te o que sinto… Sinto uma
tristeza profunda por não te poder amar e pela desilusão que causei ao meu avô,
sabendo eu o quanto ele se orgulhava de mim por ser diferente de meu pai e o
quanto ele se esforçou para que assim fosse e, no entanto, aqui estamos nós, sucumbidos ao fracasso.
Nunca me ocorreria a ideia de sermos quem somos e de estarmos predestinados a cair na tragédia em que se tornou o
nosso amor! Saber que estive contigo mesmo depois de já saber que era teu irmão e não imaginas, a repugnância que agora sinto
de mim mesmo.
Ficarmos juntos está fora de questão. Peço-te, assim, desculpa por
ser o Ega a revelar-te a verdade e não eu, mas, neste momento, faltam-me a coragem e
as forças para te enfrentar. Parte para Paris e não olhes para trás. Espero que
a felicidade te bata à porta novamente… E assim me despeço de ti,
relembrando-me de tudo o que passámos e do quanto fomos felizes.
Nunca me esquecerei de ti…
Carlos da Maia
Rita
Gameiro, 11º C1, nº 22
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