terça-feira, 22 de novembro de 2022

Deambulação Pessoana

 


Neste ambiente de claustrofobia
Onde encontro tal agitação,
Rege em mim um sentimento de euforia,
Ao prever a minha chegada junto da escuridão.


Reencontro a alforria no destino final
Mediante as vigorosas portas da linha-férrea.
Vejo-me, encontro-me no centro da Sede de Portugal,
Em busca do visionário de escrita etérea.

Aqui estás tu com todo o teu vigor,
Num café de histórias a traçar a tua história,
Escrevendo poemas que não paraste de compor,
Que te levariam aos dias de glória.

Nasces no quarto andar,
De frente a um teatro,
Que coincidência é vires a encarnar
tantas pessoas que idolatro!

No café à beira do continente,
Em que recebemos a tua última Mensagem,
Onde tiveste o teu último café, doente,
Escrevendo poemas que não se vão embora à tua passagem.

Neste percurso doentio de subidas infernais,
Tortura que me levará ao propósito desta jornada,
Ladeiras que acredito serem demais
Fazem-me temer que o esforço não valha nada.

Ah, Pessoa de tantas pessoas,
De frente para o teu palácio estou abismado,
Local onde escreveste invictas palavras e páginas,
Faz-me desejar ter estado aqui no passado.

Aqui, onde fingiste tantos sentimentos,
Onde quiseste ser inconscientemente consciente,
Onde te refugiaste dos teus pensamentos,
Aqui percebi que toda a ambulação foi suficiente.



Maria Santos, nº20
Mariana Luz, nº21
12º E1, novembro de 2022



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