Cheguei a Lisboa faz agora dois dias, instalei-me numa pequena pensão junto à Praça do Comércio. O quarto é simples. Não importa o que está no interior, mas o que vejo da janela.
Não tenho comigo muita bagagem, material ou espiritual. Da janela do quarto, procuro-a. Sei que está na cidade, pois foi convidada a participar na peça de teatro a estrear hoje no teatro D. Maria. Relembro o que me disse na última vez em que estivemos juntos. Não estávamos destinados um ao outro, os deuses jogaram contra nós. No entanto, escreveu-me a insistir que a viesse ver representar. Representar! Será isso o que se passou entre nós? Uma mera encenação? O que mudou no final da nossa cena?
Estou em Lisboa, poderia ter chegado apenas hoje, mas já cá estou há dois dias. Estou neste quarto, à janela, na esperança de a ver cruzar estas ruas. O quarto é simples, tem pouco mobiliário e poucos ornamentos. Não é importante! Trouxe o meu melhor fato, que visto, agora, para ir ao teatro. Vou vê-la e aguardar o que a sorte me reserva.
Sento-me na plateia e espero o momento de as luzes apagarem. Após uma longa e penosa espera, o pano abre… Será este o meu Pano da Sorte? Se o for, será justamente chamado de "Pano da Sorte de Ricardo Reis".
Ana Sofia, Nº2
Marisa Baptista, Nº22
Rita Gomes, Nº26
12º E, Ano Letivo de 2022-2023
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