O dia de São Valentim não é só sobre termos um namorado ou uma namorada. É sobre o amor. Amor que sentes por alguém que te é querido.
O meu amor que me acompanhou desde a infância nasceu em Lisboa, decorria o ano de 1939. Era o ano em que despontava uma segunda guerra mundial. A vida não era fácil. No entanto, esta filha mais nova de cinco irmãos orgulhava-se de afirmar que tinha regalias, porque era filha de um guarda-republicano e passou a sua infância no quartel, onde o pai exercia funções.
Mais tarde, conheceu o meu avô e casaram, após o seu regresso da dura guerra colonial. Construíram uma vida em conjunto, tiveram dois filhos e quatro netos, e estiveram felizes juntos, até que a morte os separou. Eu sou a mais nova dos quatro netos e também tive a honra de conhecer e viver esta bonita história de amor.
A minha avó era uma pessoa não só com um coração enorme, como também revelava uma faceta muito altruísta. Manifestava claramente um grande afeto por todos. Tal como todas as boas avós, mimava-nos, fosse em géneros ou em palavras. Apesar do seu aspeto frágil, era uma mulher muito forte.
Foram 81 anos de vida. Nasceu e morreu no mesmo dia de maio, o mês das flores e de Nossa Senhora, que tanto adorava. Acredito que mantenha a nossa tradição do dia do amor, e que, neste momento, esteja a mandar-me rosas, pelas estrelas.
Sofia Castro, nº2, 12ºE
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