CAMINHOS DE PARTIDA

 

Deixei meu lar num canto do mundo,

onde o sol nascia com cheiro de café 

e as vozes contavam, com sotaque profundo,

as histórias de onde a infância jamais arreda pé. 

Cruzei oceanos com olhos molhados, 

levando, na mala, memórias e sonhos calados, 

em busca de abrigo, trabalho, esperança, 

levando comigo a fé de criança. 

Estranha no chão de ruas alheias,

aprendi novos nomes, novos jeitos,

enquanto o coração, entre pontes e veias, 

seguia carregando antigos preceitos.

Nem sempre me quiseram por perto,

julgaram-me mal, olharam-me de lado,

mas plantei raízes onde era deserto

e flores nasceram do chão espezinhado.

Sou feita de mundos que se entrelaçaram,

de línguas diversas que me ensinaram

pois o lar não é onde tudo começa,

mas onde a alma encontra promessa.

Elisângela Semedo Moreira, 11º C1

SAUDADES DE CABO VERDE

            Depois de três longos anos sem ver a minha mãe, o dia da minha viagem para Portugal foi marcado por uma mistura intensa de emoções. 

            Deixei para trás a ilha de São Vicente, onde cresci rodeada pelo calor da cultura cabo-verdiana, pelos sorrisos familiares e pelas paisagens que guardo com tanto carinho no coração. Foi difícil despedir-me de tudo o que me era tão familiar: das ruas, dos cheiros, da música que toca alto nas esquinas e da brisa do mar que me acompanhava todos os dias.

          Ao chegar ao aeroporto em Portugal, o momento mais marcante foi ver os meus pais à minha espera. O abraço que trocámos foi como um remédio para a saudade acumulada. Três anos

separados, três anos de chamadas, de mensagens e de lágrimas silenciosas. Estar novamente com eles foi como voltar a respirar fundo, depois de tanto tempo em estado de sonolência.

           Apesar da alegria do reencontro, carrego comigo uma saudade

imensa do meu país. Sinto falta da leveza das pessoas, do crioulo

que escuto menos agora, da comida feita com amor e da alma vibrante de São Vicente. A imigração trouxe novas oportunidades, sim, mas também uma constante sensação de distância. É como se uma parte de mim tivesse ficado na ilha, à espera de um regresso que ainda não sei quando acontecerá. 

            Viver em Portugal é uma nova etapa da minha vida, mas Cabo Verde nunca deixará de ser o meu lar. A saudade, por mais que doa, também é prova de tudo o que amo e valorizo nas minhas raízes.

              Estou a gostar muito de Portugal, o país é muito lindo e as pessoas muito recetivas. Em relação à minha experiência na escola, está a ser um pouco mais complicado por causa da matéria e da forma de ensinar que, obviamente, é diferente. A minha adaptação com a rotina de manhã também está a ser difícil, pois eu sempre estudei à tarde e tinha mais tempo para estudar de manhã, mas,  tirando isso, está a ser uma experiência muito boa.

       Tenho muitas saudades do meu país e da minha ilha e, principalmente, da minha avó, mas vou acostumar-me com tudo.

                    Geovana Aline Melo Delgado Turma: 11º C1

JOGO DE SONS

 

Mar, música e memórias

Madrugada misteriosa

Mar murmura memórias

Meu mundo move-se mesmo 

no meio do medo!

Minhas mãos moldam momentos mágicos

Misturam melancolia e movem 

Motivos para eu me manter

Meus monstros moram em mim,

Mas a minha mente murmura

Mensagens de mel, milagres, manhãs macias.

Sténio Catraio, 9º E

VERDADEIRO AMIGO

 

Um amigo está sempre ao seu lado
tanto nos momentos bons como nos mais apertados
ri consigo na alegria
e dá a mão na ventania!

Conhece o seu jeito calado 

e caminha ao seu lado

Não é laço de sangue,

mas é do coração,

escolhido com afeição.

Harman Singh, 9º E

UM ACRÓSTICO À LÍNGUA PORTUGUESA

Luz que ilumina a mente
Íntima conexão com a alma
Navegando entre palavras
Guardando histórias e tradições

Une corações distantes
Abrindo portas para o saber!

Palavras que dançam no ar

Ondas de cultura a ressoar
Riqueza de sons e de significados
Teia de amores e de desafios
Um legado que nos une
Grande herança de um povo
Uma língua que nos faz sonhar
Encontro de vozes e sentimentos
Sem fronteiras para amar
A arte de se comunicar!

Márcia Costa, 8º E

A ÁGUA

 

A água é um bem que nos é oferecido

pela natureza,

mas o seu desperdício

é uma tristeza!

Muitos têm-na em abundância,

então, não lhe dão importância.

Não se importam se a poluem,

fazendo dela uma extravagância!

Outros mal sabem que existe,

é triste,

mas é um problema que persiste!

Com pequenos atos podemos evitar

estas diferenças,

então, comecem a poupar. 

Mayara Tavares, 9º D

A nossa Biblioteca

 A Biblioteca da nossa Escola tem muitas cadeiras e mesas para os alunos e também para os professores.

Existem muitos livros com uma grande variedade de títulos e sobre diferentes temas para todos os leitores. Há, também, muitos jornais e revistas. Os alunos vão à Biblioteca e podem levar livros emprestados.

Há muitos computadores na nossa Biblioteca, onde os alunos podem fazer as suas pesquisas e os seus trabalhos.

Alguns alunos vão à Biblioteca para estudarem em grupo, preparando-se para os testes. Na Biblioteca há uma impressora  para os alunos e professores imprimirem os seus documentos, mediante um pagamento.

Há artigos de papelaria que os alunos podem requisitar na Biblioteca, como canetas, lápis, agrafador e calculadora.

Temos três bibliotecárias que gerem a Biblioteca, certificando-se de que todos os livros estão em ordem e ajudando os alunos, mesmo na utilização dos computadores.

A Biblioteca da nossa escola está sempre decorada quando se aproxima um evento, data ou época comemorativa, indicando o seu significado. Os alunos ajudam nessa decoração. Existe um projetor para se poderem passar filmes, vídeos e fazer apresentações.

Há quadros nas paredes e fotografias de escritores Há vasos de plantas e flores.

Alguns professores também fazem o seu trabalho na Biblioteca. 

Muitas vezes, veem-se trabalhos dos alunos pendurados no expositor da Biblioteca, mostrando o seu talento.

A nossa Biblioteca está aberta até às 18 horas. É um local que ajuda a população da escola no seu trabalho diário, contribuindo para alargar os seus conhecimentos. 

Abrish Sajjad, 11º C1