quarta-feira, 19 de abril de 2017

Harry Potter e a Criança Amaldiçoada



 Carta de Recomendação sobre o guião da peça Harry Potter e a Criança Amaldiçoada, desenvolvida por J. K. Rowling, John Tiffany e Jack Thorne.

  A criança amaldiçoada, uma história canónica que se passa dentro do mesmo universo das outras sete obras de Harry Potter (incluindo Os Contos de Beedle o Bardo, Monstros Fantásticos e onde encontrá-los, entre outros também escritos por J. K. Rowling), é o roteiro de ensaio da peça (edição especial e única) de teatro com o mesmo nome.
   Lançada, oficialmente, a 31 de julho de 2016, na Inglaterra e Estados Unidos, e, em 24 de setembro do mesmo ano, pela Editorial Presença, na versão portuguesa, e traduzido por Marta Fernando e Helena Sobral, a história promete mostrar o que aconteceu a Harry e aos seus amigos Rony e Hermione, 19 anos depois dos eventos de Harry Potter e as Relíquias da Morte (último livro da saga inicialmente composta pelos sete livros). No entanto, como a história se passa num período maior do que um ano, esta indicação de “19 anos” aumenta ao longo dos Atos.
  A peça está dividida em duas partes, tendo dois atos na primeira e quatro na segunda, distribuídos por  352 páginas.
  A história tem como protagonista Albus Severus Potter, segundo dos três filhos de Harry e Gina Potter (sendo James o primeiro filho e LiLy-Luna Potter a terceira filha).
  Albus carrega nas costas, e no nome, o legado que ele nunca quis suportar: o de ser filho de um dos bruxos mais famosos e poderosos da atualidade. Depois da batalha de Hogwarts (em Relíquias da Morte), a fama dos Potter (incluindo Harry, porque este assume, agora, um alto cargo no Ministério da Magia) só veio a aumentar.
  Por causa de Albus não se encaixar na sua família, ele e o seu pai não possuem um bom relacionamento. As incertezas de Albus começam a chamar a atenção em Hogwarts logo no seu primeiro dia, quando o Chapéu Seletor o nomeia para membro dos Slytherins, o que o deixa bastante incomodado, já que os seus irmãos, pais, primos e tios foram e são membros dos Grynffindors. Além disso, Albus torna-se, inevitavelmente, amigo de Scorpius, filho de Draco Malfoy, mas com a fama de ser filho de Voldemort. Embora seja um Malfoy, Scorpius é extrovertido e corajoso, ao contrária de seu pai, o que o torna bastante interessante e inesperado, dando relevo ao enredo.
  Sendo vítimas de chacota por parte dos restantes bruxos adolescentes, Albus e Scorpius acabam por mergulhar, literalmente, numa inesperada aventura e corrigir os erros do mal, onde o passado e o futuro se misturam para ditar o futuro e onde as trevas ameaçam voltar e assombrar o mundo. Mas, desta vez, o mal pode ressurgir nos mais inesperados lugares, pondo à prova os mais importantes laços de amizade, família e amor.
  Será Albus capaz de enfrentar aquele que é o seu maior desafio? Será ele capaz de carregar o legado dos Potter?

 Tal como os outros livros de J. K. Rowling, esta é uma ótima narrativa, essencial para qualquer adolescente e fã do universo Potter, pois retrata os mais inesperados conflitos e crises existenciais da adolescência, capazes de pôr à prova todo o equilíbrio familiar.  
Tendo como foco a família, trata-se, portanto, de obra familiar.

Filipe Abreu, 11º A1



terça-feira, 18 de abril de 2017

Carta de Carlos a Maria Eduarda

Carta de despedida de Carlos a Maria Eduarda

Minha querida

         Tenho algo de definitivamente trágico para te dizer.
      Eu e o meu amigo Ega abrimos a caixa da tua mãe e, no seu interior, encontrámos uma carta dirigida a ti. Essa carta revela que Maria Monforte não só é tua mãe como também minha… Não sei por onde começar, de modo a que possa descrever-te o que sinto… Sinto uma tristeza profunda por não te poder amar e pela desilusão que causei ao meu avô, sabendo eu o quanto ele se orgulhava de mim por ser diferente de meu pai e o quanto ele se esforçou para que assim fosse e, no entanto, aqui estamos nós, sucumbidos ao fracasso. Nunca me ocorreria a ideia de sermos quem somos e de estarmos predestinados a cair na tragédia em que se tornou o nosso amor! Saber que estive contigo mesmo depois de já saber que era teu irmão e não imaginas, a repugnância que agora sinto de mim mesmo. 
        Ficarmos juntos está fora de questão. Peço-te, assim, desculpa por ser o Ega a revelar-te a verdade e não eu, mas, neste momento, faltam-me a coragem e as forças para te enfrentar. Parte para Paris e não olhes para trás. Espero que a felicidade te bata à porta novamente… E assim me despeço de ti, relembrando-me de tudo o que passámos e do quanto fomos felizes.


Nunca me esquecerei de ti…
Carlos da Maia





Rita Gameiro,  11º C1,  nº 22

Carta de Pedro a Afonso da Maia

Carta de despedida de Pedro da Maia


Querido pai


Nunca pensei vir a escrever uma carta para si com este teor, muito menos voltar a cair neste estado de depressão. Pensei e imaginei, iludindo-me por completo, que nada me pudesse magoar tanto como a morte da mamã, mas estava enganado. Não sei como lidar com esta dor, por isso talvez a minha decisão seja a melhor saída.
Desde o momento em que vi Maria pela primeira vez que tudo mudou, fiquei fascinado com a sua beleza. Tudo começou quando passei a frequentar bares. Eu queria ultrapassar a morte da mãe e uma das melhores formas era distrair-me, inebriando-me e afogando em álcool o meu sofrimento. Estava com o Alencar, num desses momentos de boémia, quando a vi passar, e confesso-te que fiquei logo fascinado … Por "Negreira " a tratavam , mas ela de negra não tinha nada! Pelo contrário, aquele tom de pele claro como a neve, aqueles olhos que pareciam reluzir toda a luz do céu e aquele cabelo cor de oiro deixaram-me boquiaberto! Na verdade, eu nunca tinha visto tal beleza e nunca antes nenhuma mulher me perturbara como ela. A verdade é que nunca aceitaste a mulher que eu realmente amava e, agora, sim, percebo porquê. Deixei-me levar pelo meu sentimento , pensando que nada de mal iria perturbar a relação com a mulher por quem me apaixonei à primeira vista. Agora que caí em mim, arrependo-me muito de não vos ter ouvido, mas, por outro lado, fiz com que viessem ao mundo dois herdeiros seus, que são sangue do meu sangue . São eles a minha querida Maria Eduarda, que Deus sabe onde estará, entregue nos braços de uma mão leviana, e o meu jovem Carlos, que, pelo que parece, é mais parecido com o avô do que com o próprio pai.
Perante esta tragédia que se abate sobre mim, não percebo onde é que errei. Enfim, talvez eu não fosse homem o suficiente para a Maria Monforte e talvez o Tancredo a possa fazer realmente feliz... Contudo duvido, já que ela veio a revelar-se uma doidivanas que apenas quer ir por esse mundo fora, em busca de aventuras, não se preocupando com os filhos.
 Não sei o que fazer, só sei que a amava do fundo do coração. Não me sentindo com forças para enfrentar o meu desgosto, peço desculpa por não me despedir, mas é melhor eu partir assim, sem choros, sem sofrimento. Só te peço, pai, que cuides do meu Carlos e que o faças o Homem com aquele H  grande, que sempre quiseste que eu fosse.

Encontrar-nos-emos no céu. Por agora, eu vou fazer companhia à minha querida e santa mãe.

O teu filho que te ama muito

Pedro.







Rafaela Martins, nº 21, 11º C1

Desabafos de Carlos Eduardo

Caderno Pessoal

CARLOS EDUARDO DA MAIA

Lisboa, 17 de novembro de 1875
                Caro Diário

                        Escrevo-te à luz trémula de uma vela, a uma hora alta da madrugada. O dia de hoje pareceu-me ter durado toda uma vida, de tão extenso e exaustivo que foi. Tal como todos os outros dias da minha vida, teve os seus altos e baixos. Contudo, foram os altos que me deixaram voar sobre os homens, como uma ave livre e majestosa, e foram os baixos que me deixaram contactar com as profundezas mais obscuras do Inferno.
                        Por onde começar? Talvez a ordem cronológica fosse a mais indicada para esta narração. Bem, de manhã, enquanto pensava nela, vieram ter comigo o Vilaça e o avô, que me deram notícias e convites aos quais não prestei atenção. Acho que os Gouvarinhos me convidaram para um jantar na casa deles… De qualquer modo, não sei se irei. A condessa não me deixa em paz. Depois, chegou o João, com as suas ideias loucas. Queria uma espada para levar à soirée dos Cohens. Enfim, lá tive de lhe conceder o favor. Afinal, para que servem os amigos?
                        Então, antes que eu pudesse sair, apareceu o Dâmaso, num verdadeiro estado de pânico. Ver aquela figura gorda e esbaforida, em pânico, a esbracejar, chamando-me, abriu-me um pequeno sorriso na cara. Ele precisava de ajuda. Bem, não era ele. Era a filha dos Castro Gomes. Era a filha dela, a menina Rosa. Partimos para o Hotel Central, com o Dâmaso a falar dos assuntos dele e comigo a fingir que prestava atenção. Ela era mais importante. Estaria ela lá? Não, segundo o que me disse o Dâmaso. Todavia, valia a pena fazer a visita, pois podia ficar a conhecê-la um pouco melhor.
                        Quando lá chegámos, fomos cumprimentados por Miss Sara, muito simpática mas nervosa com Rosicler. Ainda antes de tratar da menina doente, reparei no quarto dela. Acho que nunca me senti tão… apaixonado? Será esta a expressão certa? Talvez apenas quando a vi pela primeira vez me tenha sentido melhor. É um sentimento estranho, de familiaridade incógnita, como se me parecesse conhecê-la, apesar de nunca ter falado com ela. Ela é tão perfeita que o seu casaco se ajusta às suas formas como uma luva de seda numa delicada mão. É este o sentimento que tenho por ela? Como é que esta mulher me pôde enfeitiçar, me pôde deixar neste estado romântico tão debilitante e assustador? Sinto que não consigo desviar o pensamento dela, sinto que a vejo em todas as pessoas que cruzam a esquina, que saem das tipoias, que entram nas lojas… Enfim! Sinto-me receoso… Se eu não a conhecer… Como é que irei ultrapassar essa dor? Sinto-me estranho, diferente… Não me sinto como sendo eu mesmo!
                      Depois de ter tratado Rosicler, que se mostrou uma menina muito simpática e engraçada, com uns olhos azuis muito diferentes dos do Castro Gomes e dos dela…, voltei para casa com o Dâmaso, que me deu a melhor notícia do dia: o brasileiro ia voltar para a sua pátria, e ia deixá-la com a filha e as criadas. Oh, que bela oportunidade! Qual seria a melhor altura para a conhecer?
                        Despedi-me do Dâmaso e vim para casa. Afinal, hoje era a soirée dos Cohens e tinha de ir vestido a rigor. Decidi disfarçar-me de dominó, um clássico intemporal. Quando estava a sair, eis que vejo a figura mais triste e cómica dos últimos tempos: Mister João da Ega, disfarçado de Satanás, ou Mefistófeles, com vestimenta vermelha e com uma cara ainda mais vermelha e triste devido ao choro.
                        O Ega chorava porque tinha sido humilhado na casa dos Cohens. Afinal, o Cohen descobriu que ele e a sua mulher, Raquel, tinham uma relação amorosa, e expulsou-o à bengalada. Ele estava completamente desolado e, ora se dava por derrotado e destruído, ora jurava morte ao Cohen por tê-lo humilhado. O certo é que a reputação dele foi arrasada com este incidente. Fomos cear a casa do Craft, pois de certeza que ele tinha bons conselhos a dar. Ele disse-nos que devíamos esperar e ver o que o Cohen fazia: quem tinha cometido o erro era o João e não o marido traído. Depois da ceia, ficou claro que o João tinha bebido um pouco de vinho a mais, pelo que o deixei em casa do Craft em vez de o trazer para a Vila Balzac. Acho que ele também não iria gostar de voltar para casa – a casa dos Cohens era em caminho e o comportamento daquele diabo bêbedo era imprevisível.
                        Por isso, vim sozinho para o Ramalhete e aqui me encontro, diante de ti, a relatar-te tudo o que aconteceu hoje. Acho que o dia de amanhã me reserva mais trabalhos e surpresas – tenho de ir buscar o Ega a casa do Craft, para ver se descobrimos o que o Cohen quer e para ver, afinal, o que aconteceu. Pode ser que ele se torne racional depois da tristeza e do álcool. Agora, acho que me vou recolher à cama. Começo a pensar nela outra vez. Vou sonhar com ela hoje, certamente.





Carlos da Maia

Pedro Silva, 11º C1

Desabafos de Dâmaso Salcede




Querido diário

Sei que ultimamente não tenho desabafado muito contigo, mas hoje é um daqueles dias que preciso de ti, preciso de falar contigo sobre aquele cretino, o Carlos! Sim, é esse mesmo em quem estás a pensar, aquele que ficou com a mais bela mulher, a mulher dos meus sonhos, a Maria Eduarda.
 Sinceramente, não sei o que ela vê nele, pois ele não tem nada que eu não tenha, só se for porque estudou medicina, mas até parece que esse curso tem algum reconhecimento! Esse curso qualquer um é capaz de tirar e também eu o conseguiria.  Ainda se fosse direito, poderia ele orgulhar-se, agora o de medicina, para lidar com sangrias e emplastros, não é nada que o honre. 
 Não suporto o Carlos. Sabes bem, querido diário, que ele está a tornar-se intolerável para mim, que sou bem melhor do que ele. Qualquer dia isso vai ser público e vou ocupar um cargo mais preponderante na sociedade do que ele e sabes porquê? Porque eu sou “chique a valer” e ninguém me supera. Foi por isto que encomendei um artigo no “ Corneta do Diabo” , sim, aquele jornal que faz soar os escândalos! Sabes tão bem como eu que Carlos e Maria Eduarda não devem ficar juntos. Neste momento, deves estar a perguntar-te se eu, realmente, estava embriagado quando paguei o artigo no jornal … É claro que não! Estava sóbrio e bem sóbrio, mas só tu e o Eusebiozinho sabem disto.
Vais ver que, um dia, ainda a Maria Eduarda vai ser minha. Agora tenho de me despedir, mas prometo que volto para te contar as próximas novidades.

O teu eterno amigo

Dâmaso Salcede

Cláudia Santos, 11º C1

A Construção do Convento de Mafra

Minha querida mãe

Peço-te desculpa pela minha falta de notícias, mas ultimamente não tenho tido tempo de te escrever diariamente, faltando, assim, ao que te tenho prometido. O que se passa é que nós, os habitantes da bela vila de Mafra, temos estado muito ocupados com a construção do novo convento.
Esta nova edificação foi ordenada pelo nosso rei, Dom João V, para homenagear o nascimento da sua primogénita, a princesa Dona Maria Bárbara. Segundo o que me contou a vizinha, o levantamento desta obra deve-se a uma promessa que, supostamente, o rei fez a um tal frade da ordem franciscana de que, se a rainha engravidasse no decurso de dois anos, mandaria levantar em Mafra um convento de franciscanos.
A nossa população tem sofrido uma enorme quantidade de abusos e de violações, na medida em que todos os homens têm sido obrigados a trabalhar excessivamente, só para cumprir com a magnitude de caprichos do nosso soberano. Também devo contar-te que temos estado à beira da miséria, uma vez que o meu marido, naquele trabalho pesado e imposto, não ganha o suficiente para manter a nossa família, por isso já amanhã começo a trabalhar no castelo como cozinheira.
       Espero em Deus que a igreja deste convento seja suficientemente grande para nós todos, os cidadãos de Mafra, podermos assistir à missa dos domingos, já que, presentemente, muitos não conseguem testemunhar as poderosas e impressionantes palavras do nosso Padre.
       Considero ter dito absolutamente tudo o que está a acontecer por cá. Espero a tua resposta.

Tua querida filha,


Maria Benedita.





Lorena Sanchez, 12º C1

Par Baltasar e Blimunda

O livro Memorial do Convento, escrito por José Saramago, dá ênfase à relação amorosa das personagens Baltasar Sete-Sóis e Blimunda Sete-Luas.
Esta relação começa de uma forma totalmente diferente das outras, já que as duas personagens se conhecem num auto de fé, onde a mãe da Blimunda, Sebastiana de Jesus, foi condenada à pena de ser degredada para Angola. No decorrer da história, é narrada a relação destes dois protagonistas como um casal. Eles enfrentam todas as adversidades e os imprevistos com força, determinação, mas,  sobretudo, com amor e respeito. Em determinada parte da história, os dois tornam-se cúmplices do Padre       Bartolomeu Lourenço de Gusmão na construção da máquina voadora, “A Passarola”. Estes dois trabalham arduamente e ocupam-se de tarefas diferentes: Baltasar na edificação, em si, do aparato da máquina e Blimunda na recolha de vontades, uma vez que a jovem possuía poderes sobrenaturais. O mesmo artefacto, no final da obra, é aquele que separa os dois amantes de forma definitiva. 
            Baltasar e Blimunda representam, sem dúvida alguma, o tipo de amor e o tipo de relação conhecida como ideal. Os dois amam-se completamente e loucamente, ao ponto de Blimunda procurar Baltasar por um período de nove anos, depois de, em certo dia, simplesmente ele ter desaparecido. 
           O narrador mostra, ao leitor, a sua convicção sobre o verdadeiro amor, no momento em que Blimunda apanha a vontade do Baltasar, quando ele está a morrer num auto de fé. Esta vontade teria que ficar na terra, pois pertencia a Blimunda. Assim se mostra a sublimidade no amor representado por este casal.




Lorena Sanchez, 12º C1