terça-feira, 22 de novembro de 2022

Passeio pela Lisboa de Pessoa


 

       Para se aprofundar o estudo da obra pessoana, no dia 27 de outubro do ano corrente, realizou-se uma visita de estudo com as turmas E e C3 do 12º ano à Casa Fernando Pessoa, que incluiu a realização de um Roteiro de Pessoa pela cidade de Lisboa.
       O passeio pela Lisboa de Fernando Pessoa teve início na estação do Rossio, tendo-se seguido para o Largo do Carmo, local no qual o poeta viveu num quarto alugado. Prosseguimos em direção ao Largo do Chiado, onde pudemos usufruir da companhia do poeta, tomando com ele um café na icónica esplanada da Brasileira.
    A meio da trajetória, parámos no Largo de São Carlos, sítio onde Fernando António Nogueira Pessoa nasceu, mesmo defronte do Teatro Nacional de São Carlos.
    Em seguida, iniciámos a nossa caminhada até Campo de Ourique, rumo à Casa de Fernando Pessoa, a atração principal. Ao longo de três pisos, a exposição está organizada em “capítulos”. No primeiro, “Os heterónimos”, é dada a conhecer aos visitantes a génese da criação dos vários "Eus" do poeta.  Aqui estão, também, em destaque obras de arte em que Fernando Pessoa é representado, como o quadro de Almada Negreiros. No segundo capítulo, encontra-se a
Biblioteca Particular, que ocupa um lugar central na exposição (sendo considerada o coração da Casa), classificada como Tesouro Nacional, revelando como Pessoa foi uma das presenças mais importantes na literatura portuguesa. Conta-se, também, aqui, como era a vida artística na cidade de Lisboa, nos anos em que viveu Pessoa, e dão-se a conhecer as suas ocupações e os textos (seus e de outros), que publicou em vida.
    Apesar da longa caminhada, sem fim visível, conseguimos desfrutar bastante do passeio, ficando a conhecer Lisboa pela perspetiva de Fernando Pessoa e, assim, alcançando a nossa meta final de aprofundar o nosso conhecimento sobre a obra pessoana. 


Fedra Filipa Delgado Gomes da Silva, 12º E, novembro de 2022

Ribeira das Naus

      




         A Ribeira da Naus é um dos espaços mais interessantes de Lisboa, com uma vista ampla, espaço ajardinado e uma escadaria considerável, que se estende em direção ao rio Tejo. 
        Esta área liga o Cais das Colunas, na Praça do Comércio, ao Cais do Sodré. Para ficar mais confortável, a Ribeira das Naus tem um quiosque e uma esplanada para aproveitar ao máximo a luz de Lisboa e o pôr do sol mais impressionante da cidade.
       Nesta foto, é possível verem-se as ocupadas ruas de Lisboa, que se mantêm com um constante tráfego de pessoas e automóveis, mesmo durante uma manhã de semana. Ao longe, conseguimos avistar as duas colunas da Praça do Comércio e, ainda, a Doca da
Marinha de Lisboa, onde se encontra um belo cruzeiro no terminal de cruzeiros do Jardim do Tabaco.
        Do lado esquerdo da imagem, vê-se um edifício azul, sendo o antigo Arsenal Real da Marinha, que foi reconstruído depois do terrível terramoto de 1755, mas é atualmente mais conhecido como a Doca da Caldeirinha, estando atualmente aberto ao público para visitas.
        Esta fotografia mostra uma das mais belas ruas e vistas de
Lisboa, no seu dia a dia.


Diogo Santos
Gonçalo Gonçalves
Rúben Duarte

12º E, novembro de 2022

ROTEIRO PESSOANO

 


No dia 27 de outubro,
Fomos a uma visita a Lisboa.
Percorremo-la toda,
Até chegar à casa de Pessoa.


Às 8h30 estávamos na estação,
Prontos para seguir a nossa direção.
Ouvimos o comboio chegar…
Meu Deus! Estava a abarrotar.

Uma rua íngreme subimos,
Até ao Largo do Carmo, onde o poeta viveu.
Para o Largo de São Carlos prosseguimos,
Local onde Fernando António Nogueira Pessoa nasceu.

Percorremos o Chiado,
O famoso ponto de encontro de artistas.
E, no café “A Brasileira”, onde Pessoa está estatuado,
Encontrámos uma multidão de turistas.


E já a meio da manhã,
Deparámo-nos com a igreja cristã.
Uma inspiração do poema “O Sentimento dum ocidental”,
De Cesário Verde, um observador acidental.

Tuc tucs de um lado para o outro,
Como se fosse um mundo louco.
Ainda vamos passar pelo Largo de Camões,
Uma praça repleta de paixões.

De frente para o rio, citámos um poema
Que transbordou uma paz extrema.
Para a Praça do Comércio foi o nosso próximo caminho,
Onde, finalmente, avistámos, o café Martinho.

Uma hora a andar ainda tínhamos pela frente,
Casas antigas e ruas sem fim…
Um convívio alegre e diferente…
Chegámos à casa de Fernando Pessoa, até que enfim!

Uma casa com três andares,
Com tanta história que nos fez perder os ares!
O quarto, onde passou muito tempo a escrever.
A biblioteca com livros de diversas línguas a compreender.

Por fim, um terceiro andar cheio de informação.
Longas e antigas cartas para ler
E quadros de grande dimensão.
A 30 de novembro de 1935, Pessoa acaba por ali falecer.




Ana Sofia Castro, nº2
Marisa Baptista, nº22
Rita Gomes, nº26

12º E, novembro de 2022

Deambulação Pessoana

 


Neste ambiente de claustrofobia
Onde encontro tal agitação,
Rege em mim um sentimento de euforia,
Ao prever a minha chegada junto da escuridão.


Reencontro a alforria no destino final
Mediante as vigorosas portas da linha-férrea.
Vejo-me, encontro-me no centro da Sede de Portugal,
Em busca do visionário de escrita etérea.

Aqui estás tu com todo o teu vigor,
Num café de histórias a traçar a tua história,
Escrevendo poemas que não paraste de compor,
Que te levariam aos dias de glória.

Nasces no quarto andar,
De frente a um teatro,
Que coincidência é vires a encarnar
tantas pessoas que idolatro!

No café à beira do continente,
Em que recebemos a tua última Mensagem,
Onde tiveste o teu último café, doente,
Escrevendo poemas que não se vão embora à tua passagem.

Neste percurso doentio de subidas infernais,
Tortura que me levará ao propósito desta jornada,
Ladeiras que acredito serem demais
Fazem-me temer que o esforço não valha nada.

Ah, Pessoa de tantas pessoas,
De frente para o teu palácio estou abismado,
Local onde escreveste invictas palavras e páginas,
Faz-me desejar ter estado aqui no passado.

Aqui, onde fingiste tantos sentimentos,
Onde quiseste ser inconscientemente consciente,
Onde te refugiaste dos teus pensamentos,
Aqui percebi que toda a ambulação foi suficiente.



Maria Santos, nº20
Mariana Luz, nº21
12º E1, novembro de 2022



A cidade de Álvaro de Campos



    Que sentiria Álvaro de Campos, se pudesse ver, nos dias de hoje, 
a Lisboa que sempre tanto adorou?
    Ao ver a grandiosa e moderna Lisboa assim, cheia de invenções e artimanhas a explorar… decerto que a exaltação e o pasmo atingiriam um nível extremo, passaria horas a saltar de canto para canto, a espreitar e a tentar incluir tudo no seu campo de visão.
Oh, que entusiasmo para começar a escrever! Na sua típica aceleração, iria querer visitar todos os lugares por onde sempre andou.
    Assim, no Largo do Carmo, encontraria a faceta familiar da Igreja do Carmo, mas, ainda muito mais importante, toda a nova arquitetura, cafés, lojas e tantos outros edifícios que tomaram conta da cidade. Tantas pessoas, tantos novos costumes. Passaria, então, pelo Largo de São Carlos, onde se relembraria da sua velha casa, ao pé do rio, onde nasceu. 
    Sentimentos de vulnerabilidade e de nostalgia tomariam conta de si, porém, não se deixaria atrapalhar, havendo muito mais para ver. Andaria até ao Largo do Chiado e, para seu espanto, no meio de tanta inovação, o seu velho café, A Brasileira, ainda existe, que espanto! Como sobrevivera tal local, no meio de tanta modernidade?! Reconfortante, no entanto, pois sempre escreveu e conviveu lá. E a Basílica de Nossa Senhora dos Mártires? Ah, os sinos! Som da sua infância. A Baixa: tanto para dizer, tanto para sentir! Onde trabalhou tantos anos, na rua onde se encontram a sua prezada tabacaria, o seu restaurante. 
    As emoções sobrecarregam-no. Que será feito de sua velha inimiga, Ofélia? Enfim, terá, claro, de ir até à Praça da Figueira, “Lugar inexplicavelmente belo”, pensa para si. Ao passar pelos velhos Café Nicola e Martinho da Arcada, não consegue deixar de se questionar como perduram no meio da amálgama da atualidade. Obviamente, o seu querido Tejo ainda existe, e esse, sim, tem sentido de existir.

“Aproveitar o tempo!
Ah, deixem-me não aproveitar nada!
Nem tempo, nem ser, nem memórias de tempo ou de ser!...
Deixem-me ser uma folha de árvore, titilada por brisa,
A poeira de uma estrada involuntária e sozinha,
O vinco deixado na estrada pelas rodas enquanto não vêm outras,
O pião do garoto, que vai a parar,
E oscila, no mesmo movimento que o da alma,
E cai, como caem os deuses, no chão do Destino.”

Álvaro de Campos, “Apostila



Lídia Tavares e Nuno Vicente, 12º E, novembro de 2022

Pelas Ruas da Grande Lisboa



Andava eu pelas ruas da grande Lisboa,

Mais um dia na vida de um simples cidadão,

Como quem desfruta de uma vida boa

E não tem peso no coração.


Tudo começou na estação,

Espaçosa e repleta de calçada,

As saudades que eu tinha daquela visão,

Avistei ali uma idosa debruçada.


Começámos a andar,

Ouviam-se os adolescentes todos animados,

Que alegria senti de lá voltar,

Viam-se os típicos prédios nunca antes renovados.


Descemos a rua à nossa frente,

Padaria com cheiro a pão fresco,

Mas logo chegámos a uma subida deprimente,

Até que avistei algo gigantesco.


Era uma das primeiras casas de Fernando Pessoa,

Simples e típica, silêncio se fez,

Admiração por aquela vista boa?

Decerto que os meus olhos satisfez.


Continuámos a andar pelas estreitas ruas,

Andámos pela Rua Garrett,

Um chão cheio de ranhuras,

Para alguns de nós aquilo já era um frete.


Chegámos à estátua de um senhor perdido em seu pensamento,

Ali a vida parecia não acabar,

Pois aquele monumento

O passado estava a preservar.


Verde e desgastado,

Ao lado das esplanadas,

Ali o senhor sentado,

No centro de pessoas animadas.


Não acabou aqui a nossa viagem

Mas aqui paro de escrever,

Têm de ver aquela paisagem,

É algo muito bom a não se perder.



Guilherme Gomes nº13, 12º E, 2022

Lara Cunha nº17, 12º E, 2022





Uma Visita ao Passado






Por um dia nublado

Realiza-se um passeio animado

Acontece aquela visita pelo passado 

Descobrindo-se o grande Fernando Pessoa


Por um dia nublado

Inicia-se uma grande caminhada

Uma caminhada longa

Uma caminhada profunda


Pelo andar sincronizado

Por todas as etapas da história do passado

Pela estátua do próprio foi começado

E fui descendo


Por ruas estreitas passei

Da rua Nova do Almada me lembrei

São memórias que ainda hoje relembrei

Estava sincronizada, fascinada


E fui descendo

Onde tudo começou

Naquele quarto andar onde ele se encontrou


E fui descendo

Ouvia-se o rio, 

O seu cantar,

A água contava-me,

Que de Pessoa se lembrava


Um lindo longo caminhar

Ruas e ruelas observei

Tanta coisa contarei!


Olhei para cima e vi

Um prédio antigo conheci 

Um prédio cheio de história

Uma vida muito vivida

Repleta de contra-histórias


E subi,

Escadas intermináveis

De Pessoa eu vi

Aquele 3º andar

Todas as “Pessoas” de Pessoa eu li!


De Ricardo Reis a Alberto Caeiro,

Da nostalgia da infância ao negar do pensamento,

Uma base no fingir, vidas a descobrir,

Uma sala que me fazia fugir,

O famoso fugir do pensar...


E voltei a descer

Para um mundo eternizado

Por livros encadernados

Era ele, Fernando,

Aquele que tanto leu e escreveu


O 1º andar encontrei

Primeiro estranhei, e depois entranhei

Entendi, assim, que muito vivi

Muito aprendi, muito refleti.



Cláudia Teixeira, Nº5

Dara Ramos, Nº6

Inês Leitão, Nº15